O mundo esportivo ficou mais triste na manhã deste sábado (19). Faleceu em Natal, aos 78 anos, Hélio Câmara de Castro (O Super Hélio), um dos maiores nomes da narração esportiva do território brasileiro, um ícone da imprensa potiguar. Hélio Câmara lutava contra um câncer nos ossos e estava hospitalizado.
Natural de Rio do Fogo, Hélio Câmara, com um ano de idade, foi morar na cidade de Parnamirim, onde viveu a infância, adolescência e começo da fase adulta, onde chegou na época da guerra em 1941.
O narrador Hélio Câmara começou os primeiros passos para o rádio em Parnamirim, pois Parnamirim tinha umas bocas de som na entrada da Base Aérea e no centro da cidade. Um dia, Nivaldo Xavier de Souza, que tomava conta, propôs que ele o ajudasse, como locutor e Super Hélio Topoui trabalhar com ele, onde anunciava as músicas e, quando aparecia, lia algum comercial. A cidade era embrionária, o comércio não tinha como anunciar. Então ele anunciava Anísio Silva, Carlos Galhardo, Nélson Gonçalves, Silvio Caldas, Orlando Silva, entre outros.
Certo dia, Nivaldo propôs transmitir futebol. Naquele instante, começou uma transmissão, com o Hélio Câmara, Adeodato José dos Reis, outro grande nome da nossa imprensa, e João Leite - enfermeiro que tinha vindo de Santa Cruz para morar em Parnamirim. Os três transmitiram os jogos do campeonato interno do município para o serviço interno de alto falantes. Parnamirim era pequena, talvez tivesse um pouco mais de 15 mil habitantes naquela época.
Certa vez, houve uma partida amistosa envolvendo um time de Natal. Roberval Pinheiro, que tomava conta do departamento esportivo da Rádio Cabugi, ouviu, Hélio Câmara narrando e perguntou se ele topava ir para a emissora. O mesmo aceitou, e logo de estreia, fez a sua primeira narração, que foi no jogo entre ABC e Alecrim. O América estava fora da primeira divisão para construir a sua sede. Quando terminou de narrar a partida, Roberval disse para ele passasse na rádio no dia seguinte, para assinar o contrato.
O chefe da equipe era o Roberval Pinheiro, que era comentarista. Expedito Liberal Veras, o marinheiro, fazia reportagem de campo. Depois veio Zé Augusto, que foi para a imprensa cearense e morreu prematuramente.
Da Rádio Cabugi, Hélio foi para a Rádio Nordeste. Lá tinha Roberto Machado, Franklin Machado, Aluízio Menezes e Décio Câmara. Depois foi para a Rádio Rural. Também formou uma boa equipe na Rádio Poti, onde tinha um narrador amazonense, Luis Rougles, e os repórteres Zé Augusto e Laerte Marinho. Era uma dupla excelente, na opinião do Super Hélio. O plantão era José Lira, que fez história na Rádio Cabugi/Globo.
Trabalhou também com Hélio Câmara na Rádio Poti, o Cassiano Arruda Câmara, que era comentarista. Quando saiu da emissora, veio Cezar Rizzo, da Tupi do Rio. Hélio Câmara Voltava para Rádio Cabugi. Hélio Câmara também passou por emissoras como a Rádio Tropical, a 95 FM e também trabalhou na TV Potengi.
Super Hélio, recebeu vários convites para deixar a imprensa do RN e colocar o seu nome ainda mais longe, em vários centros, maiores que o do nosso estado.
Teve Convites da Ceará Rádio Clube, mas como tinha empregos em Natal, o mesmo não foi. Teve um convite da Rádio Tupi, aos 46 anos, e também recusou.
Hélio Câmara nunca escondeu a sua paixão pelo América/RN e também pelo Vasco/RJ e sua maior e mais emocionante narração, ocorreu diante do União São João/SP, gol marcado pelo zagueiro Carlos Mota em favor do alvirrubro potiguar aos 47 minutos do segundo tempo.
Outro gol que marcou o trabalho de Hélio Câmara, foi o golaço de Zé Ivaldo, do América/RN diante do Náutico em 1996.
O velório de Hélio Câmara está acontecendo no Centro de Velório São José, na Rua São José em Lagoa Seca e o seu sepultamento está previsto para às 16h deste sábado no cemitério Público do Alecrim.
Hélio Câmara deixa esposa (Lélia Castro) e dois filhos.
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